Outro dia, um grande amigo, daqueles que conta segredo sem pedir para guardar, me confidenciou que estava em crise da palavra, num estado profundo de prostração. Disse-me que não tinha nenhum problema, nem de saúde, nem de trabalho, nem de dinheiro, mas que estava sem palavras. Depois de navegar cinco, dez minutos, sem nenhuma inspiração, desliga o computador e vai fazer outra coisa.
Pudera, diante de tantas crises sem nexo - econômica, suína, da desobrigação do diploma de jornalismo, do presidente da república com a Ministra Dilma e a ex-secretária da receita federal Lina Vieira, do presidente da república com o Senado, do Sarney, do Renan, do Collor, do Suplicy desabafando no plenário – também fiquei sem palavras.
Sem chances de falar de Relações Públicas nesse ambiente sem sentido. A não ser que fosse para imitar a prática do mercado e ficar elocubrando em torno da notícia que essas crises favorecem. Melhor ficar calado do que alimentar a imbecilidade.
Apesar desse período de trevas, muita coisa boa aconteceu. Pude pensar, fazer reflexões sobre o que esteve acontecendo. Estudar o cenário atual, o mercado e as reações das pessoas. Melhor que isso, não fui submisso ao tempo e nem aos efeitos dos acontecimentos da crise, que foram se sucedendo. Não me deixei ficar extasiado com esse clima, que não deixa ninguém pensar. Venci a ansiedade da agitação, permaneci na observação da realidade, para me aprofundar em tudo.
Percebi que nada mudou, que não perdi nada tão importante que mudasse o rumo de alguma coisa. Aprendi, com satisfação, que o melhor é a qualidade fora do centro do rodamoinho.
Descobri que há mais gente pensando assim. Descobri que existem profissionais que dedicam seu tempo na interpretação do efeito da agitação do tempo na vida das pessoas. Descobri uma profissional de Relações Públicas que estuda o efeito dos programas de motivação e incentivo no corpo e na mente de executivos, gerentes e colaboradores das empresas modernas. E o estrago não é pequeno.
Seu conceito é entender a inteligência do corpo de uma forma integrada, a partir da teoria do corpo-mídia, em que ele deixa de ser um meio para ser resultado do fluxo de trocas constantes, como o tempo, que a cada momento é de um jeito. E se o corpo, a mente e o tempo estão fora de sintonia, o desequilíbrio se instala.
Você já parou para pensar nisso? Não dá tempo? Então você é um candidato potencial ao desequilíbrio.
Estou finalizando a entrevista de nossa colega e, nos próximos dias, publicarei seu estudo e experiência sobre o papel da comunicação no mundo do trabalho e os efeitos das mensagens de motivação e estímulo no corpo e na mente das pessoas.
Aguarde só mais um pouco. Relaxe, não se deixe levar pela ansiedade do tempo. Espere.